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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Interagindo com cães medrosos

O texto e as dicas que vou postar agora é de Nicole Wilde e são muito importantes, não só quando vamos lidar com cães medrosos, mas com qualquer cão estranho, seja sociável ou não.




" 1. Deixe o cão vir até si. Se o cão está assustado, devemos permitir-lhe que decida se vai aproximar-se ou não. Não o restrinja ou o force a aceitar o contacto de outrem. Lembre-se da resposta instintiva de “luta ou fuga", se lhe retirar a oportunidade de fuga a escolha do cão só poderá ser uma.

2. Vire-se de lado. Estar frente a frente para o cão é mais intimidatório que ficar parcial ou completamente de lado, até virar apenas a cabeça de lado fará um cão assustado ficar menos ansioso.

3. Não fixe o olhar…por favor! Um olhar fixo e directo é muito conhecido por entre o mundo animal (e no Metro de Nova York!). É perfeitamente normal olhar para o cão, apenas suavize a sua expressão e não olhe fixamente directamente para os olhos do cão.
4. Não ande a pairar. Inclinar-se sobre um cão medroso poderá aumentar a sua ansiedade para um nível que se torne defensivo.

5. Acaricie o cão de forma adequada. Aproximar-se de cães através de carícias na cabeça é uma péssima ideia. Tente visualizar esta interacção do ponto de vista do cão, uma palma da mão a aproximar-se de cima pode ser uma coisa assustadora. Costumo fazer demonstrações com crianças para ensinar-lhes a acariciar apropriadamente os cães. A criança desempenha o papel do cão. Digo-lhe que a vou acariciar de duas maneiras diferentes, e ela dir-me-á qual delas é a mais agradável. Primeiro levo lentamente a minha mão em direcção à bochecha da criança e acaricio-a, sorrindo e dizendo “lindo menino”. Depois aproximo bruscamente a minha mão da cabeça da criança e dou umas pancadinhas repetidas e digo em voz alta “lindo menino, lindo menino” Os miúdos invariavelmente gostam mais da primeira opção. Se os cães pudessem responder por eles próprios, nove em cada dez diria que gostavam mais da primeira opção também. Não se trata de dizer que os cães não podem ser acariciados no topo da cabeça, mas essas pancadinhas não são um bom método para a aproximação inicial. É mais sábio fechar a mão e mantê-la virada para baixo por baixo do nariz do cão para que possa cheirar, depois faça umas carícias no peito do cão e vá gradualmente movendo a mão por um dos lados até à cara ou corpo do cão, se notar que o cão está a sentir-se confortável com isso. Não agarre bruscamente a coleira de um cão, qualquer cão.

6. Baixe-se, não agarre por cima. Os cães pequenos em particular são muitas vezes agarrados bruscamente de cima quando se quer levá-los ao colo para outro sítio. Movimentos rápidos, directos ao cão, por cima da cabeça são muito mais assustadores que movimentos lentos e indirectos. Para levantar um cão pequeno do chão, agache-se, acaricie o cão durante uns momentos e depois de forma gentil coloque as mãos por debaixo da barriga e do peito e levante-o.

7. Tenha atenção ao seu sorriso. Enquanto os humanos interpretam o sorriso como algo amigável, o cão pode não gostar muito de ver o sorriso colgate. Uns dentes espectaculares são, no fim de contas, também muito conhecidos no mundo animal. Uma amiga minha acompanhou-me uma vez numa visita aos lobos do centro de resgate. Ela sentou-se pacientemente no chão, sem se mexer. Finalmente um grande lobo preto aproximou-se para a investigar. Ela não se conseguiu conter e sorriu com todos os dentes da sua boca. O lobo saiu disparado como se ela tivesse tentado dar-lhe uma paulada. A lição? Guarde os sorrisos colgate para os encontros amorosos ou com outros humanos. Sorria a canídeos com a boca fechada!
Bons treinos! "

domingo, 20 de novembro de 2011

Perguntas que o seu cão faria ao veterinário

Retirei algumas perguntas e resumi as respostas que achei interessante do livro: "100 Perguntas que o seu cão faria ao veterinário" de Bruce Flogue, veterinário e escritor.
~
" Cão: Porque chuto terra para trás depois de esvaziar o intestino ou a bexiga?

Vet: É um instinto básico, que não precisa ser ensinado. Porém, alguns cães que não tem esse costume, podem começar a ter ao observar outros cães fazendo isso. Os produtos de excreção corporal são ótimos para demarcar território. Por isso, em vez de apenas excretar aqui e ali, os cães os utilizam para deixar mensagens. As evacuações em si são inócuas. então alguns cães as realçam chutando terra ao lado ou até mesmo por cima delas. Tal comportamento tem dois objetivos:  torna o lugar mais visível e libera outros odores do chão que outros cães podem sentir. É como demarcar território. 

Cão: Algumas vezes fico tão excitado quando as pessoas chegam em casa, que me molho. Como posso aprender a controlar minha bexiga?

Vet:  Cães que urinam em si mesmos quando cumprimentam pessoas não tem uma boa auto estima. São inseguros e no geral, medrosos. É um sinal claro de submissão exagerada. Para evitar isso, os donos devem evitar se abaixar e passar a mão na cabeça do cão. Ignore nos primeiros minutos, depois se abaixe devagar e ofereça  mão virada para cima e deixe que o cão toma a iniciativa de se aproximar. Evite vozes finas ou elogios, o silêncio é o melhor nesse caso.

Cão: Porque necessito latir tão alto quando estranhos se aproximam de casa? Meus donos ameaçaram fazer uma cirurgia em minhas cordas vocais.

Vet: Qualquer cão considera-se membro de uma matilha, que é a sua família, e como membro, ele deve ser responsável em avisar os outros quando o território está prestes a ser invadido. E a melhor maneira é latir. 
A milhares de anos, os humanos vem interferindo na genética para criar cães que mais correspondessem as expectativas. Os lobos, parentes dos cães, são silenciosos e não latem ou choram pois tal comportamento chamaria a atenção de predadores. Os cães serviam como guarda, por isso foi incentivado o latido, e como a audição deles é muito maior que a nossa, eles podem latir por coisas que achamos desnecessárias, pois não ouvimos. Depois de incentivar o latido de guarda, os humanos decidiram que essa é agora uma característica canina que eles não querem mais.
Algumas reças latem mais que outras. Falando de modo geral, cães pequenos, principalmente os terriers latem muito, enquanto os cães grandes, são mais silenciosos. A cirurgia nas cordas vocais é uma operação na qual se faz buracos na corda vocal do cão. Exceto no Japão, onde latidos são considerados crimes horrendos dos cães, poucos veterinários aceitam fazer esse tipo de procedimento. Em vez disso, se sugere que entenda e descubra o motivo dos latidos, e então adestrem de maneira positiva seus cães.

Cão: Os humanos sorriem muito. Também posso aprender a sorrir?

Vet: Os cães não sorriem naturalmente quando estão felizes. Sorrir é um comportamento dos primatas e humanos. Para os cães, o ato de retrair os lábios na realidade pode significar um sinal de submissão, assim como lamber os lábios dos outros, que os humanos considerariam beijo, para os cães significam amizade e submissão, subserviência. 
Mas alguns cães realmente aprendem a sorrir ao observar seus donos, potencialmente porque qualquer cão pode aprender a sorrir, e quando percebe que o ato de retrais os lábios deixa seus donos alegres, eles o fazem com mais frequência.

Cão: As pessoas acham que sou primitivo e querem me mudar lá para fora só porque estão trazendo um bebê para casa. Isso é justo?

Vet: Se um cão já mora na casa, é desnecessário mudá-lo para fora com a chegada de um bebê. A resposta de um cão a um bebê é condicionada pela necessidade de saber qual o seu lugar na matilha. Os cães não gostam de mudanças. E um bebê vai alterar totalmente a rotina de uma família, então, para o o impacto seja menor, é importante começar as mudanças na rotina bem antes de o bebê nascer, de forma gradual.

Cão: Porque amo minha dona mas odeio o marido dela?

Vet: Pode ser que elas tenham um cheiro mais gostoso. Cães são ciumento e protetores com o que consideram deles. Em uma relação humano-cão, um homem em especial se tornará o líder da matilha. Em algumas casas, o cão escolhe a pessoa que o alimenta e que o leva passear como o líder da matilha,e geralmente quem faz isso é a mulher. Em outras casas o cão poderá escolher o líder pelo tom da voz mais grade, que nesse caso será o homem. Cães que escolhem líderes homens com essas características (voz grave) costumam ser mais dominantes.
Outro fator é quando um cão é criado em um ambiente feminino, então eles se acostumam com os odores e vozes das mulheres, passando a se sentir mais seguro na presença delas. Os homens, nesse caso, são tratados como estranhos, ameaçadores.  Outro motivo é o ciúme, muito frequente em cães, as vezes eles até impedem que um marido deite com a sua mulher. Esse comportamento pode ser modificado com o homem assumindo algumas responsabilidades no cuidado do cão, como alimentá-lo ou levá-lo passear.

Cão: Odeio ficar sozinho, quando isso acontece faço uma bagunça em casa para me divertir. Mas por que também como as plantas, rôo a mobília e urino nas camas?

Vet: Os cães são animais sociais e gregários. Gostam de atividades, não somente porque queiram estar nela, mas porque só de observar já os estimula mentalmente, por isso muitos cães gostam de observar o movimento das ruas pela janela ou pela porta. Quando chega convidados dentro de casa, o cão quer estar junto, cheirá-los e explorar os novos cheiros, ele não gosta de se sentir excluído.
Ficar sozinho não é natural, é chato. Atenção é o que os cães mais querem e quando a matilha inteira sai e o deixa sozinho ele fica ansioso, agitado e frustrado. Em sua ansiedade, torna-se destrutivo. Suas atividades destrutivas não são feitas por aforra ou para provocar. Ele faz coisas que jamais faria se estivesse com sua matilha. Para evitar esses comportamentos as pessoas devem acostumar os cães a ficarem sozinhos enquanto ainda são filhotes. As pessoas devem sair em silêncio, sem dizer nada e sem contato físico. Dois ou três brinquedos e televisão ou rádio ligados também pode ajudar enquanto o cão estiver sozinho. "

Minnie fazendo sua bagunça diária.






sábado, 15 de outubro de 2011

Mais curiosidades




> Seu cão anda sobre os dedos e não sobre a planta dos pés como os humanos. As quatro almofadas dos dedos (coxins), servem como amortecedores, diminuindo o impacto nas corridas e saltos.

> Membranas sensitivas situadas na parte interna do focinho do seu cão transmitem informações sobre o odor para uma região do cérebro muito desenvolvida, responsável pelo olfato. O focinho de um cão saudável é úmido devido à secreção de muco. Não deve ser muito seco ou extremamente molhado.



> Seu cão pode ouvir freqüências de som que você não pode detectar. E ele não tem apenas uma audição aumentada, também possui uma habilidade quatro vezes maior que a sua de distinguir sons que podem parecer idênticos para você.

> Seu cão, seja qual for a raça ou tamanho, possui 50 ossos em seu esqueleto.

> Seu cão (macho) possui um osso localizado na base do pênis (osso peniano). Esse osso ajuda a manter o membro ereto e a direcioná-lo no momento do acasalamento. A separação forçada do macho e da fêmea durante o ato sexual poderá causar fratura do osso peniano, com grande inchaço e dor na região.

> Se o cão possui orelhas grandes, caídas e peludas, ele terá muito mais chance de desenvolver otites (inflamação nos ouvidos), do que cães de orelhas pequenas e/ou eretas.


> Se ele tiver focinho claro ou despigmentado (rosado ou esbranquiçado), terá que usar protetor solar durante longos períodos de exposição ao sol (passeios ou caminhadas). Essa região sem proteção poderá desenvolver uma queimadura solar e até câncer de pele.

Se a cadela acasalar com dois machos diferentes durante o cio, um da mesma raça que ela e outro vira-lata, terá uma ninhada com filhotes de raça pura e mestiços. Isso ocorre porque a cadela produz vários óvulos durante o cio, possibilitando a fecundação por machos diferentes.

> Seu cão poderá desenvolver "dermatite psicogênica" se ficar muito tempo sem atividade ou exposto a uma mudança brusca em sua rotina (passeava muito e agora não passeia mais, por exemplo). Ele lamberá a pata insistentemente causando uma ferida que nunca cicatriza ou poderá arrancar os próprios pêlos.

> Sua cadela, quando no cio, libera uma substância chamada ferormônio pela urina, capaz de atrair machos num raio de 1 km.



> Seu cão come grama quando sente alguma indisposição digestiva (gases, má digestão). Com isso, ele provoca o vômito ou o aumento do trânsito intestinal, liberando os gases ou o alimento que o incomodam.

> Seu cão possui duas glândulas próximas ao ânus responsáveis pela liberação de uma substância de cheiro muito desagradável (pelo menos do ponto de vista humano). Mas elas têm um papel importantíssimo no reconhecimento entre os cães. Daí a atitude do seu animal de cheirar o traseiro de outros cães, e vice versa. Isso significa um "aperto de mão" entre eles.



> Há alguns anos atrás, antes de existir a vacina de cinomose, os cães eram imunizados com a vacina do sarampo humano. Embora o cão não contraia o sarampo ou o humano, a cinomose, descobriu-se que o cão vacinado contra o sarampo produzia anticorpos capazes de protegê-lo contra a cinomose.

> Seu cão pode desenvolver algumas doenças iguais às dos humanos, como: diabetes, derrame, catarata, hepatite, "bico de papagaio", hipertireoidismo e outras.

> A fêmea comerá as fezes dos filhotes até 15 dias de idade. Com isso, ela, sabiamente, manterá seu "ninho" higienizado. Os filhotes dependerão das lambidas da mãe (estimulação) na região perianal para poderem defecar e urinar, nos primeiros dias de vida.

sábado, 8 de outubro de 2011

Costumamos dar prioridade para as coisas erradas

Com os cães muitas vezes é assim. Nós, humanos, temos a mania de exigir perfeição mas não retribuir com tal, queremos que os cães sejam que nem os dos filmes, perfeitos e engraçadinhos, então devemos comprar um ursinho de pelúcia! 

Antes eu ficava tão irritada quando minha cadelinha não ficava na caminha de noite, ou me puxava nos passeios, sem perceber que ela, ao mesmo tempo, aprendeu super bem a fazer as necessidades no lugar certo, os comandos básicos foi moleza pra ela, e muitas outras coisas. Comecei a perceber que o problema não era ela, era eu. Ao mudar repentinamente quando ela fazia algo que ela não gostava, eu na verdade, fazia com que esse comportamento piorasse, afinal, ela não entendia o porque eu estava irritada. 

Hoje, eu comecei a prestar atenção nos grandes avanços que ela já teve e nas pequenas coisinhas do dia-a-dia que ela faz certo. Assim eu não fico estressada e não lhe estresso também.

Vou citar quais os problemas que eu ainda tenho com ela e o que ela faz de certo e sem problemas:

Coisas que ela faz errado, que estou tentando melhorar:
Anti-social com pessoas estranhas
Puxa a guia quando passeamos
Late para as pessoas que passam na rua que ela ache "estranho"
Não deixa ninguém, que seja estranho ou pouco conhecido, lhe fazer carinho
Late para as visitar
Sobe em cima da mesa quando ninguém esta por perto e pega as flores que ficam em cima.
Ainda dorme na cama comigo

Coisas que ela faz certo, ebaaa:
Faz suas necessidades no pipidollys certinho, sem errar.
Aprendeu os comandos: senta, deita, dá a pata, morto, fica, vem, não comer nada se eu não ordenar
É muito carinhosa com as pessoas aqui de casa
É sociável com outros cães, não teve problemas até hoje
Me deixa escovar seus dentes
Me deixa dar remédio na boca
Me deixa dar banho e limpar as patinhas quando voltamos dos passeios na rua
Nunca mordeu ninguém, eu posso mecher na sua comida, puxá-la, etc, que ela não morde nem avança

Oque estou fazendo para melhorar suas coisas ruins:

Anti-social com estranhos: Estou levando ela passear mais seguido, em lugares diferentes e cheios de pessoas, estou dando petiscos e carinho sempre que ela é sociável.

Puxa a guia: Além de estar saindo mais vezes com ela junto, eu levo petiscos para ter a sua atenção e ensinar que ela não deve puxar, se ela puxa, eu paro e só volto a caminhar quando ela fica parada (guia frouxa).

Late para as pessoas quando caminhamos: Sempre que algum estranho passa por nós, eu lhe dou um petisco,  faz dois dias que comecei e já tem dado resultado.

Não deixa ninguém se aproximar: Vou começar esse treino quando obter mais resultados nos treinos acima, mas ele se baseia na socialização, mostrar que as pessoas não oferecem perigo.

Late para as visitas: Cada visita que chegar em casa deve lhe dar petiscos, que já deixo prontinho, e não deve fazer movimentos bruscos, confrontá-la, encará-la ou tentar se aproximar. Aos poucos ela mesma faz isso.

Dorme na mesma cama que eu: Comprei uma casinha bem confortável para ela, deixo do lado da minha cama e de noite coloco ela ali junto com uma blusa velha usada por mim (geralmente o pijama que fiquei durante o dia), se ela sai da casinha e fica perambulando pelo quarto, eu ignoro, e não deixo ela subir na cama, ela volta pra caminha dela assim. Já dorme metade da noite na caminha sem problemas, a outra metade ela levanta umas mil vezes pra tentar subir na cama, mas continuo sem permitir. Em breve ela ficará cada vez mais na sua caminha.

Sobe na mesa quando ninguém esta por perto: Afastei a mesa das cadeiras, assim ela não tem como subir, faço isso sempre que vou sair da cozinha. Ela já tá perdendo o interesse pela mesa e aos poucos estou começando a deixar as cadeiras junto, pra ela se acostumar. Ofereço também muitos brinquedos para ela se distrair.

Fotos da minha gorda peluda linda:

Quando era filhote, mimindo.

Quando era filhote se achando um pitbull

Adulta, dando um oizinho pra câmera. 




Comunicação (parte 3)

Depois de aprender como o cão se comunica por expressões corporais, vamos ver sobre o latido e os sons que  eles fazem, ou seja, sua comunicação sonora.

Cinco variáveis indicam ou modificam o significado sonoro na voz dos cães:

 1. Volume: alto, médio ou baixo. 


 2. Tonalidade: graves ou agudos. Essa variável depende também do porte da raça: cães pequenos têm o latido mais agudo e estridente, os de maior porte têm latidos mais graves.


 3. Tempo de duração: medido em segundos.  
  
 4. Número de repetições: de cada som. 
      
 5. Freqüência das repetições: espaço de tempo entre cada repetição. Os fatores que provocam essas variações são emocionais e os cães se expressam com latidos, rosnados, gemidos, suspiros, ganidos e uivos.



Latidos com intervalos longos "waof... ± 15”... waof... ± 15”... waof..." ± 15 segundos - o cão está pedindo algo: água, comida ou quer passear, abrir a porta para ele entrar ou sair. Às vezes depois de latir ele corre e para em frente à porta.


Latidos com intervalos médios “waof...3”... waof... 3”... waof..." - 3 segundos, com as orelhas para trás o cão está dando um alarme que algo estranho está acontecendo: um ruído estranho, alguém mexendo na porta ou passando de forma suspeita, um estranho se aproximando.

Latidos com intervalos curtos “waof, waof, waof, grrr, waof, waof, waof, grrr, waof, waof,", ininterruptos e insistentes, com rosnados intermitentes, exibindo os dentes, com as orelhas para trás - o cão está pronto para atacar em procedimento de defesa de territórios e entes queridos.

Os cães jovens utilizam um latido festivo, meio gritado, acompanhado de corridinhas em volta, para um convite à brincadeira. Esse tom é facilmente reconhecido e sem nenhum conteúdo agressivo ou provocativo.

Os cães podem latir por medo, em alguns casos, as orelhas ficam voltadas para trás, coladas no topo do crânio, seus pêlos dorsais sempre ficarão eriçados, ele recua e estarão prontos para fugir. Entretanto, esses  cães são perigosos no momento em que a ameaça se volta de costas. Se a ameaça for muito grande, poderão - sentindo-se em perigo de vida -  lançar-se ao ataque numa atitude derradeira de vida ou morte. É importante detectar estes sinais, se você não quer ser mordido!     

A utilização do latido, nesse caso, é uma tentativa extrema para demover o inimigo da luta e convence-lo da retirada. Diz-se que cão que late não morde.


Características dos latidos


Latidos de duração média, contínuos, em tonalidade moderada->grave - tentando alertar a matilha ou família para um estranho que se aproxima.

Latidos de duração média, contínuos, em tonalidade moderada->aguda, quase uivo - característica dos huskies e akitas, quando confinados por longos períodos.



Latidos curtos, contínuos, em tonalidade moderada - tentando alertar a matilha ou família que um estranho está próximo ou entrando no território.


Latidos curtos, contínuos, em tonalidade moderada, volume alto, sempre em presença do proprietário - manifestação de estresse, ciúmes e insegurança, diante de outros cães. 


Latidos curtos, contínuos, em tonalidade aguda, volume alto, exibindo parcialmente os dentes - tentando, com insegurança, assustar o agressor hierarquicamente superior.


Um só latido curto e seco, em tonalidade aguda - é uma forma de pedir ou de exigir algo. Pode ser repetido, caso a pessoa não atenda a solicitação, mas seu significado está contido neste único latido. Alguns cães usam o latido único curto e seco diante da porta tentando expressar sua vontade de sair ou em presença de um brinquedo ou petisco que deseja ganhar, ou ainda, pedindo para subir no sofá, poltrona ou na cama. Pode ser, também, um latido de alegria quando percebe que vai passear na rua. Nesse caso, fica agitado rodando e correndo em círculos e repetindo várias vezes.

Um só latido curto e seco, em tonalidade moderada->grave, volume bem baixo, normalmente terminando em suspiro (wáofffff !) - é um ensaio para iniciar o latido único, curto e seco, em tonalidade aguda.

Um só latido curto e seco, em tonalidade moderada->grave, volume alto, normalmente terminando em suspiro (wáofffff !) - é uma espécie de “chega prá lá!” ou “sai fora!”; tentativa de avisar que algo o está incomodando.

Um ou dois latidos curtos e secos, tonalidade moderada -
 chamando a atenção para si. Um modo de saudação
.

Seqüência de três ou quatro latidos curtos em tonalidade moderada e rápida sucessão, espaçados por curtas pausas - tentando alertar a matilha ou família para um pressentimento de estranho nas proximidades.

Latidos curtos, insistentes por longos períodos, com intervalos de moderados a longos -
 resultantes de solidão por longos períodos de confinamento. Procura de contato. Revelam necessidade de companhia.

Latido com balbucio inicial, em tonalidade moderada (arr...wáof !) -
 um convite à brincadeira. Normalmente, abaixa a frente mantendo as patas anteriores esticadas e encostadas no chão com a garupa alevantada. Como se estivesse dizendo: “Não me pegaaaa... lá, la, la-laaaaa”

Latidos emendados, sem intervalo, em tonalidade crescente - composto de uma série de latidos ininterruptos, semelhantes ao uivo, que revelam um estado emocional de estresse, muito medo, levando às vezes ao ganido e a urinar-se.

Latido grave, com repetição compassada, em intervalos moderados - característico de cães sabujos durante uma perseguição chamando a turma.

Latidos em seqüência, de duração média, tonalidade moderada->aguda, volume alto, emendados acompanhados da contração dos músculos orbiculares da comissura labial - como se ele tentasse pronunciar o “U”, revela insegurança. O cão faz biquinho, que às vezes, fica até bonitinho.



O Rosnar 

É sempre uma advertência! oóÓÓóoolha!!! O rosnado é uma forma de dizer que não está gostando da situação e, também, que se continuar vai morder.

Quando o rosnado é acompanhado da contração dos músculos orbiculares da comissura labial, como se ele tentasse pronunciar o “U”, revela insegurança.

Rosnadela abafada, com os dentes escondidos - revela que está começando a ficar irritado com a atitude do outro.

Rosnadela suave, grave, com os lábios esboçando exibir os dentes - 
suave ameaça. Normalmente o adversário, recua.

Rosnadela-latido em tonalidade grave - exibindo completamente toda a arcada anterior inclusive os caninos, revela um cão seriamente aborrecido, atingindo seu limite de tolerância, prestes a atacar. Às vezes, quando rosna latindo, o cão produz espuma na boca, dando a impressão de mais irritado.

Várias rosnadelas-latido em tonalidade moderada - 
característica de cachorros brincando de luta. Apesar de soarem como uma briga entre cães o resultado é sempre uma alegria da brincadeira e nada de grave acontece.

Rosnadela-latido trêmula em tonalidade média-aguda - tentativa de um cão, com sua autoconfiança baixa, de convencer o adversário a bater em retirada, caso contrário, partiria para a luta.

Rosnadela oscilante, mesclada com choro-latido - emitida por um cão de baixíssima autoconfiança em razão de uma agressão iminente.



Fonte: Texto adaptado de Saúde Animal



Comunicação Canina (parte 2)

 Ficar empinado, com membros rígidos, movimento lento à frente e em curva, com as orelhas dobradas para trás: ritual de estudos dos contendores durante o desafio pela liderança. Normalmente um se movimenta em direção à cauda do outro.


Ficar empinado, corpo levemente inclinado à frente e orelhas dobradas para trás: o combate é iminente.


Ficar imóvel, olhar fixo num ponto (presa), com a frente levemente mais baixa e orelhas dobradas para trás - ritual de caça - está pronto para dar o bote e atacar.
Arrepiar os pêlos na cernelha (ombros) e garupa - o cão está com muito medo. Sua reação vai depender diretamente do nível de coragem para enfrentar esse medo. Ele poderá partir para o enfrentamento, baixar a cabeça e render-se ou fugir. 

Deitar sobre o dorso e dormir de barriga para cima (decúbito dorsal) - revela segurança, tranqüilidade, paz e confiança nas pessoas e no ambiente em que se encontra. Veja:

Minnie dormindo.

Deitar enrolado sobre si mesmo como se estivesse tentando abraçar a cauda e as patas - o cão está com frio, procurando aquecer as extremidades. Veja:


Minnie tentando dormir no inverno. 


Deitar de bruços com a barriga totalmente encostada no solo, todo esticado e com as patas para trás (decúbito ventral) - o cão está com calor, procurando refrescar a barriga. Veja:
Minnie esticaaaaaaada.

Rodar em torno de si próprio e olhar para o solo - ritual atávico antes de defecar ou para deitar-se. Na floresta o lobo precisava rodar para amassar o mato antes de defecar, evitando assim que um galho ou fiapo de capim o incomodasse no momento supremo. O cão está, instintivamente, amassando o mato para afofa-lo (mesmo em piso de cimento) para deitar-se ou para evitar o fiapo de capim.
Abaixar a frente, com as patas anteriores estendidas, garupa para cima e a cabeça próxima ao solo  - convite à brincadeira, com esse gesto o cão parece dizer - você não me pegaaaaa. Qualquer movimento do outro cão ou pessoa ele sai em disparada dando voltas em torno como se desafiasse você a pegá-lo... seu cão está querendo que você corra atrás dele. Muitas vezes essa atitude é confundida com falta de respeito e muitos cães apanham por querer brincar.
Lamber o focinho do outro cão - é um ritual de submissão. Quer dizer, mais ou menos: deixa disso amigo, vim em paz não quero brigas...

Cheirar a genitália do outro cão - é um ritual de conhecimento, através do cheiro do sexo eles sabem se devem ou não prosseguir com a disputa da liderança ou, se o outro permitir, funciona como uma apresentação. 
Virar de barriga para cima - ritual ativo de submissão e liderança. Oferecer o ventre é o mesmo que se render. Aceita o outro como líder sem discutir.
Minnie no colo do Gui.

Colocar a pata no pescoço do outro cão - é um gesto de assunção de liderança, desafio. Se o outro aceitar reconhece a sua superioridade. Se não aceitar haverá a disputa. 

Colocar seu queixo sobre o pescoço do outro cão - tem a mesma conotação de colocar a pata no pescoço.

Montar sobre outro cão de mesmo sexo - dentro dos rituais de submissão e apaziguamento é o mais importante e mais definitivo. Se o outro permitir é considerado submisso. Caso contrário haverá uma disputa da liderança.

Urinar sobre a urina do outro cão -
 é a forma que um cão tem de desafiar a supremacia do adversário. 

Deitar de lado e abrir as pernas exibindo o ventre -
 submissão e apaziguamento. O cão está tentando pacificar os ânimos revelando que não deseja lutar.

Minnie de ladinho.

Colocar a cabeça ou a pata sobre o pescoço ou dorso de outro cão - ritual de submissão. Trata-se de uma espécie de teste. Se o outro cão permitir ele será o dominador. Se não permitir, ele pode desistir ou partir para a luta corporal.

Abaixar a cabeça e lamber de baixo para cima, insistentemente, o focinho de outro cão - 
ritual de submissão e apaziguamento. É um pedido de desculpas, de trégua, de arrego.


Fonte(clica).